Após críticas, COP30 promete hospedagem com faixa de preço fixa a negociadores

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Em meio às preocupações com os preços abusivos de hospedagens em Belém durante a COP30 (conferência da ONU sobre mudanças climáticas) e uma possível falta de quartos para todos os negociadores, o secretário da cúpula, Valter Correia, recebeu representantes de embaixadas nesta terça-feira (22) para prometer alojamento a todos.

Em junho, a própria delegação da Secretaria Extraordinária da COP30, vinculada à Presidência da República, ainda não sabia onde ficaria hospedada no evento, em novembro, e cogitava usar uma base militar na capital paraense.

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Na reunião, que ocorreu no Ministério das Relações Exteriores, porém, Correia garantiu a reserva de 2.500 quartos individuais a valores de US$ 100 a US$ 600 a diária (cerca de R$ 550 a R$ 3.300) para todas as 196 partes negociadoras da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas).

Segundo o secretário, o plano de acomodação prevê diferentes faixas de preço para dois grupos de países.

No primeiro, estão as 73 nações de países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares em desenvolvimento. Para esses, serão reservados 15 quartos por delegação, que custarão de US$ 100 a US$ 220 (R$ 550 a R$ 1.210) por dia.

No segundo grupo, estão os outros países, que terão direito a 10 quartos por delegação, com diárias de US$ 230 a US$ 600 (R$ 1.270 a R$ 3.300). As delegações terão dez dias para indicar a adesão a esse plano.

Durante as Reuniões Climáticas de Junho, espécie de pré-COP que acontece em Bonn, na Alemanha, o Brasil foi bombardeado por negociadores de vários países e ONGs com questionamentos e críticas sobre a hospedagem cara na COP30.

"Nós queremos que todos os valores sejam acessíveis. Estamos trabalhando muito para isso, como é visto. Tanto nós aqui do governo federal, quanto do estado [do Pará] e da prefeitura [de Belém], com envolvimento direto dos dirigentes, que fizeram várias reuniões com a rede hoteleira e com as imobiliárias", disse Correia.

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou oficialmente em junho cada um dos grandes hotéis da cidade pedindo um histórico de valores. A medida desencadeou acusações da iniciativa privada sobre intervenção de preços.

Segundo a organização da COP30, há mais de 28 mil quartos disponíveis na plataforma oficial de hospedagem da cúpula, que está sob gerência do governo brasileiro e da UNFCCC. Com atraso, ela foi lançada no começo da semana passada, junto do anúncio da contratação de dois navios de cruzeiros para participantes do evento.

As vagas da plataforma, conforme a secretaria, estão divididas em hotéis (7.900 quartos e 14,3 mil leitos), navios (3.900 cabines e 5.000 leitos), imóveis (16,5 mil quartos e 25 mil leitos) e o que chamaram de "outras soluções" (1.300 quartos e 10,5 mil leitos).

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