'Depois do que passei, o que vier não me abala', diz Nadja Haddad sobre perda de um dos gêmeos

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - À frente da 11ª temporada do Bake Off Brasil (SBT), Nadja Haddad, 44, já tem planos para seu próximo projeto em tempo integral após o reality: vivenciar ainda mais a maternidade. Mãe de José, de um ano, a apresentadora falou em entrevista ao F5 que quer aproveitar cada segundo do crescimento do filho, já que o primeiro ano de vida dele não foi nada fácil.

Prematuro extremo, José passou seis meses na UTI, fez várias cirurgias e ainda lida com algumas consequências da prematuridade. Ele era gêmeo de Antonio, que morreu com duas semanas de vida. "Vivi um deserto constante. Eram altos e baixos. Num dia, recebia uma notícia boa de manhã e, à tarde, já não era tão bom assim", comenta Nadja.

Os gêmeos nasceram na 24ª semana de gestação, ou seja, no sexto mês. No longo processo de internação na UTI neonatal, José chegou a pesar apenas 380 gramas. "Hoje, vendo meu filho se desenvolvendo, lindo, saudável, ainda sinto que estou vivendo um sonho", afirma ela.

Casada com Danilo Joan (PSD-SP), prefeito de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, Nadja fez FIV e chegou a ter um aborto espontâneo antes de engravidar dos gêmeos. Quando a sonhada gestação vingou, não foi como ela esperava.

PREMATURIDADE EXTREMA

Em março do ano passado, a apresentadora foi internada com risco de perder os bebês. Ficou 39 dias acamada, até que os gêmeos vieram ao mundo em 28 de abril. Foi só em novembro que ela voltou para casa com José no colo.

"Sonhei muito em engravidar, tentei durante muito tempo e, quando eu estava no melhor momento da gestação, podendo fazer tudo, fui hospitalizada e tive que parar com a minha vida", conta. "Esse já foi o primeiro choque. O parto prematuro extremo foi o segundo choque, e aí veio o pior momento: a perda de um dos bebês", relembra.

Nadja explica que os desafios da prematuridade extrema não terminam com a alta do hospital. "A gente só vence até que o bebê atinja a idade corrigida de acordo com a cronológica", diz.

Hoje, a apresentadora faz parte de uma comunidade com outras mães que conheceu na UTI neonatal. Elas se encontram frequentemente e comemoram juntas os aniversários e cada vitória das crianças.

DOR E CURA

Depois de tudo o que passou, Nadja pretende usar sua voz para levar informação e acolhimento a outras famílias. "Prematuridade e luto maternal são assuntos pouco falados. Ainda existe algo obscuro, as pessoas evitam. Mas tem que ser falado. Se abastecer de informação alivia e ajuda a gente a passar pelas situações."

Cristã, ela tem feito palestras em eventos religiosos para falar sobre o tema. "Para mim, não é um problema [falar sobre o assunto]. Onde tiver a oportunidade de falar, vou falar. Costumo dizer que minha dor vai curar a dor de outras pessoas. Quanto mais eu verbalizar, mais vou me curar", avalia.

"Fui mãe depois dos 40 e fui uma mãe que não vivi todos os sonhos de uma gestação. Aliás, nenhum sonho. Foi tudo extremamente frustrado, perdi um filho, o outro ficou lutando pela vida e muito mal", lamenta.

"Mas, apesar de existir um vácuo enorme no meu peito, existe também uma grandiosidade de gratidão por ver meu outro bebê se desenvolvendo. Não tenho do que reclamar, só agradecer. Depois do que passei, o que vier não me abala. Estou transformada, muito mais leve, levando as coisas com senso de humor", afirma.

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