Um homem de 29 anos foi preso em flagrante na noite desta sexta-feira (18) após arremessar uma pedra contra um ônibus na avenida Nossa Senhora do Sabará, na Vila Arriete, na zona sul de São Paulo. Foi a décima prisão por ataques a coletivos do transporte municipal, que já somam mais de 500 ocorrências.
Segundo a prefeitura da capital, uma viatura da GCM (Guarda Civil Metropolitana) estava em patrulhamento na avenida por volta das 22h40 quando uma pessoa avisou os agentes que um ônibus na mesma via tinha sido alvo de um ataque.
Os guardas conseguiram ver um suspeito, que tentou fugir mas acabou capturado. Ele foi levado pela GCM à sede do 98º DP (Distrito Policial), do Jardim Miriam, informou a prefeitura. A administração municipal e o governo estadual não informaram se o ataque deixou feridos.
Na quinta-feira (17), um adolescente de 14 anos foi apreendido em Cotia, na região metropolitana de São Paulo, por um ataque a ônibus que havia ocorrido no mesmo dia. Ele foi identificado pelo motorista do veículo, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).
Ainda de acordo com a pasta, ele estava acompanhado de um colega quando foi abordado por policiais e confessou o ataque. O jovem foi encaminhado à Vara da Infância e Juventude.
"As forças de segurança seguem atuando para identificar e prender os responsáveis pelos recentes ataques a ônibus registrados em São Paulo", disse a SSP, em nota, ressaltando que dez suspeitos foram detidos pela onda de ataques desde o início de junho.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) com apoio de delegacias regionais e da Divisão de Crimes Cibernéticos. "O departamento reforça a importância de que as empresas de transporte coletivo formalizem os boletins de ocorrência para colaborar com as investigações", ressaltou o governo estadual.
Paralelamente, a Polícia Militar intensificou o patrulhamento nas áreas de circulação de ônibus em todo o estado.
A cidade de São Paulo chegou a 506 ataques a ônibus registrados desde 12 de junho. Segundo a SPTrans, empresa vinculada à Prefeitura de São Paulo responsável pelo transporte público na capital paulista, foram 25 casos registrados entre a noite da última quinta-feira e a madrugada desta sexta.
As principais linhas de investigação até o momento são disputas entre empresas por mudanças em contratos de transporte e desafios feitos na internet. A hipótese de participação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foi descartada pela polícia.
A SPTrans diz que tem orientado as concessionárias a comunicar imediatamente os casos à Central de Operações e a formalizar as ocorrências junto às autoridades policiais.
Considerando boletins de ocorrência referentes a casos de 21 de maio e 5 de julho, a maioria dos ataques na cidade de São Paulo aconteceu na zona sul. Na distribuição por delegacias seccionais (que agrupam os distritos), a 6ª, nessa região da cidade, agrupou mais ocorrências no período, com 66 casos. Em seguida está a 3ª seccional, da zona oeste, com 65 casos.
A via da cidade com mais ataques registrados foi a avenida Cupecê, com 20 casos, também na zona sul, seguida pela Rodovia Raposo Tavares (13) e a avenida Senador Teotônio Vilela (12). Na maior parte das ações, os agressores jogaram pedras ou outros objetos nos veículos.