Invasão a prédio de luxo em Moema (SP) levou adolescente a ser condenado

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A desconfiança do zelador sobre um jovem que saía de um prédio de luxo em Moema, na zona sul paulistana, levou à detenção —e à condenação por até três anos de internação— de um adolescente de 17 anos apontado pela polícia como especialista em invadir condomínios de luxo para furtar apartamentos.

Na última terça-feira (1º), a 5ª Vara Especial da Infância e da Juventude da Capital condenou o jovem à cumprir as medidas socioeducativas pelo furto de dois apartamentos em Moema.

Segundo a Justiça e o Ministério Público de São Paulo, o adolescente é reincidente e possui diversas passagens infracionais anteriores.

Ele já foi submetido a outras medidas socioeducativas e tem seis mandados de busca e apreensão em aberto. O promotor Renato Kim Barbosa afirma que o histórico "demonstra que o jovem está totalmente inserido no meio infracional".

O caso é mantido em segredo de Justiça e sua identidade não foi informada pelo fato de ele ser menor de 18 anos. Também devido à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) e à Lei de Abuso de Autoridade. Por isso, sua defesa não foi localizada, mas cabe recurso à condenação.

Segundo apurou a Folha, o adolescente é o mesmo mostrado domingo (29) em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, suspeito de invadir ao menos 40 condomínios em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. O prejuízo estimado às vítimas, de acordo com a reportagem, supera R$ 40 milhões.

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No caso de Moema, segundo o promotor Barbosa, no dia 30 de dezembro de 2024, o adolescente se passou por morador e entrou no prédio e, em seguida, arrombou a porta de dois apartamentos, roubando itens como relógios e bijuterias. Flagrado pelo zelador, já no térreo, ele fugiu na companhia de outras duas pessoas não identificadas que o esperavam.

Em juízo, o garoto confessou os atos infracionais, também comprovados por imagens de câmeras de segurança, segundo o Tribunal de Justiça.

Na sentença, o juiz Rodrigo Capez reiterou a gravidade do caso, que gerou substancial prejuízo às vítimas, e destacou a reincidência do adolescente.

"Imperiosa, portanto, diante da gravidade concreta dos atos infracionais, de sua multirreincidência, de suas condições pessoais, do contexto de reiteração infracional, de sua profunda inserção no meio delitivo e do seu grave déficit socioeducativo, a aplicação de medida socioeducativa de internação", escreveu o magistrado, conforme o tribunal.

Ao Fantástico, o delegado Fábio Sanchez Sandrin afirmou que para entrar nos prédios, ele aproveitava momentos de distração da portaria ou aguardava um morador abrir o portão e fingia ser um vizinho. Ainda dizia ser parente de moradores.

O programa mostrou que o garoto usava fones de ouvido e roupas de grife. Também chegou disfarçado com peruca.

O adolescente, que acabou preso em 17 de junho, conforme a polícia, morava sozinho em um apartamento de alto padrão e usava um carro de luxo nos crimes.

O delegado afirmou na entrevista que há registros de atos infracionais do jovem desde que ele tinha nove anos. Ele chegou a ficar mais de um ano internado na Fundação Casa.

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