Mortes: Psicóloga e arquiteta, teve olhar sensível e generoso

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Carolina Urano de Carvalho Machado nasceu em Ribeirão Preto (SP) e formou-se em arquitetura em 2015, pela USP (Universidade de São Paulo), em psicologia, em 2021, pela Unip, e voltou à USP para cursar mestrado em psicologia social, desenvolvendo estudos sobre mulheres refugiadas e o uso dos ambientes virtuais para suportar a distância da família.

Leitora voraz e atenta, tinha ideias originais e muito corajosas, conta seu orientador, Gustavo Martineli. "Sua proposta era a de que os ambientes virtuais poderiam ser vistos não apenas como ferramentas, mas como a parte mais importante. Muito sensível, tinha incrível capacidade de se conectar com as pessoas, o que era muito importante na sua pesquisa."

O professor destaca que Carol atendia refugiados como psicanalista, por meio de dois projetos voluntários, e colaborou para criação do laboratório de psicologia socioambiental da USP, inaugurado recentemente. "Estudante dedicada e pesquisadora de grande talento. Gostava de se envolver em muitas atividades e atuou em vários projetos no Instituto de Psicologia da USP."

"Carol foi e sempre será presença. Ela sempre estava presente, em tudo. Você não precisava perguntar se iria, ela estaria lá, era certeza", recorda sua irmã, Claudia Urano.

Sua presença foi constante também na vida do primo Rafael Urano, que se inspirou nela para fazer arquitetura, por sua dedicação e bom gosto. "Ela era especial. Te olhava por dentro e fazia você se abrir rápido e se sentir muito bem ao seu lado."

Carol era daquelas que acolhia pelo olhar, fazia piada para quebrar o silêncio e sabia ouvir com o coração, afirma a prima Larissa Praxedes. "Era arte em forma de gente. Um espírito alegre, inteligente e amoroso. Teve o dom raro de enxergar a alma das pessoas."

Nas horas vagas, gostava de passear e nadar. Jogou tênis, polo aquático, venceu a obesidade e participou de diversas maratonas pelo mundo. Era devota de Nossa Senhora de Fátima.

Adorava gatos, plantas, artes, cinema e poesia. "Sempre com olhar poético, presença calma e acolhedora, foi um porto seguro, coração imenso, sensibilidade rara e alma generosa", conta a amiga Claudia Ribeiro.

A mãe, Analba Urano, a define como sensível e criativa. Era grande defensora dos direitos animais e dos direitos humanos. "Acreditava muito num futuro melhor para a humanidade."

Carolina morreu em 6 de junho, aos 48 anos, de câncer cerebral. Deixa os pais, o companheiro, dois irmãos e um sobrinho.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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