Polícia do RS diz que pai de santo confessou mortes de jovem e de bebê nascido fora do casamento

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul afirmou que o pai de santo Jocemar Antunes de Almeida confessou ter participado da morte de uma jovem com quem teve um relacionamento fora do casamento, de um bebê que seria filho dos dois e de um adolescente. Os assassinatos aconteceram em Esteio, a 19 km de Porto Alegre.

Os investigadores apuram se o líder religioso planejou os crimes por medo de perder reputação e influência se o relacionamento extraconjugal se tornasse público.

Os corpos de Kauany Martins Kosmalski, 18, de seu filho Miguel Martins Kosmalski, de 2 meses, e de Ariel Silva da Rosa, 16, amigo da jovem, foram encontrados na tarde de terça-feira (22) na beira do rio dos Sinos. Segundo a polícia, os corpos foram encontrados após a confissão de Jocemar.

A Folha não conseguiu localizar a defesa dele.

O bebê seria filho de Jocemar com Kauany e nasceu quando ela ainda era menor de idade. Outra motivação seria o ciúme que a esposa do pai de santo, Belisia de Fátima da Silva, sentiria da vítima.

As mortes teriam ocorrido no domingo (20). Segundo a corporação, ele e Belisia são os responsáveis pelos assassinatos e tiveram o auxílio de dois adolescentes, de 15 e 17 anos, para ocultar os corpos.

Jocemar teve a prisão preventiva decretada nesta quarta-feira (23). A prisão de Belisia e a internação dos dois adolescentes estão sob análise na 1ª Vara Criminal de Esteio. A Folha não conseguiu localizar as defesas deles.

Kauany e Miguel foram dados como desaparecidos na manhã de terça, após a tia dela registrar boletim de ocorrência.

A polícia foi até a casa de Jocemar, que aparentou nervosismo, segundo a apuração. Após a investigação apontar inconsistências na declarações dele e apresentar evidências encontradas ao longo do dia, Jocemar confessou a autoria do crime e disse que premeditou a morte de Kauany e de Ariel, amigo da jovem que frequentava o mesmo espaço religioso.

Segundo a polícia, ele também indicou o local onde os corpos foram colocados: um buraco tapado com galhos e pedaços de madeira. Os investigadores ainda não sabem se o bebê já estava morto quando foi deixado junto com os corpos de Kauany e de Ariel. A causa da morte será apontada após análise do IGP-RS (Instituto Geral de Perícias).

Depois que os corpos foram localizados, a população local se revoltou e colocou fogo na casa do pai de santo, onde ele morava com a esposa e a filha de quatro anos. Depois, Belisia se apresentou à polícia relatando temer pela própria vida e confessou ter participado do crime.

Ela disse que foi responsável por esfaquear Kauany, enquanto Jocemar teria matado o adolescente. Segundo o relato dela, os corpos teriam sido levados até a beira do rio no carro de Jocemar, que foi apreendido para perícia.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Marcela Smolenaars, o casal cometeu feminicídio triplamente qualificado contra Kauany, homicídio quadruplamente qualificado contra Ariel e Miguel, além de corrupção de menores.

A polícia ainda apura detalhes da suposta participação dos dois adolescentes.

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