Restos de múmia de mais de mil anos são descobertos por acaso durante obra em Lima

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A descoberta acidental dos restos de uma múmia com mais de mil anos durante uma escavação para instalar uma tubulação de gás em Lima indica que, sob as camadas de asfalto e terra sobre as quais foi construída a capital peruana, ainda existem túmulos pré-hispânicos.

O caso ocorreu na última segunda-feira (16). Uma equipe de operários da empresa Cálidda, que instalava a rede de gás, encontrou a 50 centímetros de profundidade os primeiros indícios de que estavam próximos de restos humanos.

"[Apareceu] um tronco de madeira de guarango, que antigamente servia como marcador de túmulos", disse na última quinta-feira (19) à AFP o arqueólogo Jesús Bahamonde, coordenador científico da empresa.

A surpresa viria após escavar até 1,20 metro, quando os operários perceberam que estavam diante dos restos de uma múmia de uma cultura pré-hispânica.

"Naquele momento pensamos que era uma menina, agora já sabemos que é um menino mais jovem, de 10 a 15 anos [de idade]", afirmou Bahamonde .

O corpo, segundo o arqueólogo, estava em posição sentada, com braços e pernas flexionados, acompanhado de cabaças e tudo bem amarrado com cordinhas.

Ao lado do corpo havia nove objetos de cerâmica, como tigelas, pratos, garrafas e cântaros tricolores com figuras geométricas e figuras humanas de pescadores.

"O enterro e os objetos correspondem a um estilo [de cultura] que se desenvolveu entre os anos 1000 e 1200", disse o arqueólogo.

A tumba e as peças pertencem à cultura Chancay, que ocupou grande parte dos vales de Lima entre os séculos 11 e 15.

A descoberta ocorreu quando os trabalhadores removiam terra de uma avenida no distrito de Puente Piedra, no norte de Lima.

Na região havia um cemitério que, com o passar do tempo, foi sendo coberto por camadas de terra até desaparecer, segundo os pesquisadores.

Desde 2004, quando a Cálidda iniciou suas operações em Lima, a empresa já registrou mais de 2.200 achados arqueológicos de forma acidental.

No Peru, as empresas de serviços públicos devem contratar arqueólogos quando realizam trabalhos de perfuração do solo, devido à possibilidade de encontrar restos arqueológicos.

Em Lima, com 10 milhões de habitantes, há mais de 500 sítios arqueológicos, entre os quais se destacam dezenas de "huacas" ou cemitérios construídos pelos antigos habitantes, principalmente com adobe.

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