Irmão de preso por suspeita de ataques a ônibus em SP se entrega à polícia

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Menos de um dia após a prisão de Edson Aparecido Campolongo, 68, por suspeita de realizar ao menos 18 ataques a ônibus na região metropolitana de São Paulo, seu irmão Sérgio Campolongo se entregou nesta quarta-feira (23) à Polícia Civil.

Sérgio estava acompanhado de advogados e tinha prisão preventiva decretada pela Justiça. A informação é de agentes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) em São Bernardo do Campo, que conduz as investigações.

A onda de apedrejamentos de ônibus já soma mais de 500 casos apenas na capital, segundo contagem da SPTrans, empresa ligada à prefeitura da capital.

Edson não foi o único suspeito preso, mas é apontado como autor de mais de uma dezena de atos de vandalismo. É motorista concursado da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) há 30 anos e no último ano trabalha para um chefe de gabinete do órgão sob o comando da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Intimado, o suspeito compareceu à sede do Deic em São Bernardo do Campo e, confrontado com imagens que comprovavam sua presença nas cenas de alguns crimes, confessou ter planejado e executado ao menos 18 ataques. Autoridades apresentaram números divergentes sobre a quantidade de atentados praticados por Campolongo.

O suspeito colaborou com as investigações e desde a última semana havia prestado ao menos dois depoimentos, além de conduzir policiais à sua residência e local de trabalho, onde em seu armário foram encontrados estilingue e pequenas esferas de metal supostamente utilizadas para atingir os veículos.

Segundo a polícia, os irmãos Campolongo se diferenciam dos demais casos identificados porque eles são os únicos suspeitos de estarem presentes em diversas cenas em que ônibus foram atacados.

Outros ataques, considerando depoimentos de mais de 20 suspeitos identificados, podem ter sido praticados por "lobos solitários", conforme descreveu o secretário-executivo de Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves. Seriam pessoas que viram o noticiário sobre as depredações contra o transporte e resolveram imitar as ações porque, nas palavras de Gonçalves, "está na moda".

Durante entrevista a jornalistas nesta terça-feira (22), autoridades de segurança do estado de São Paulo manifestaram preocupação com um possível efeito manada que já poderia estar em curso, ou seja, uma série de indivíduos que pode ter decidido reproduzir os crimes noticiados.

Gonçalves afirmou que não é possível atrelar ataques realizados por outros autores às mesmas motivações confessadas por Campelo.

A identificação dos responsáveis por ataques em série não elimina outras linhas de investigação sobre autoria e motivação dos crimes.

Disputas sindicais ou entre empresas insatisfeitas com mudanças em contratos de transporte, desafios feitos na internet e até a suposta participação do PCC (Primeiro Comando da Capital) são algumas das possibilidades discutidas pelos órgãos de segurança.

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