A cidade de São Paulo teve a primeira quinzena de julho mais fria dos últimos dez anos. A análise foi realizada pela Climatempo, com base nos dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A tendência é que as baixas temperaturas persistam até o começo de agosto, embora com menos intensidade.
Dos 15 primeiros dias de julho, 7 tiveram temperatura mínima de 10°C ou menos.
A média das temperaturas máximas nesse período foi de 20,6°C —2,3°C abaixo do valor de referência para julho (22,9°C). Antes a primeira quinzena de julho mais fria ocorreu em 2017, com 21,3°C de média.
Na primeira quinzena deste mês, a média das temperaturas mínimas foi de 12°C, ficando 0,8°C abaixo da média normal para a temperatura mínima em julho, que é de 12,8°C. Antes, as menores médias eram de 2017 e 2021, com 12,1ºC.
Já na segunda quinzena, o patamar não deve se manter, na capital paulista, de acordo com Guilherme Borges, metereologista da Climatempo.
"As temperaturas registradas, pelo menos as mínimas, depois desses primeiros 15 dias, estão acima dos valores observados", disse.
A rápida passagem de uma frente fria, que avança a partir do Sul do país, deverá provocar ligeira diminuição da temperatura na cidade entre esta quarta-feira (23) e sexta.
De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo, na quinta-feira (24) são esperadas muitas nuvens desde a madrugada, com termômetros em torno de 12°C, em média.
"No decorrer do dia, deverá haver sol e nebulosidade variável, com temperatura máxima prevista de 21°C e percentuais de umidade entre 55% e 95%", diz. "O dia deve terminar com muitas nuvens e probabilidade de chuviscos isolados no fim da noite."
Ainda de acordo com o CGE, a capital paulista registrou em julho apenas 1,2 mm de chuva, o que corresponde a aproximadamente 2,9% dos 41,7 mm esperados para o mês.
O deslocamento dessa frente fria vai aumentar a nebulosidade na faixa leste do estado de São Paulo nesta quarta, aponta a agência Climatempo. Pode ocorrer chuva rápida pelo litoral paulista.
Conforme o CGE, um novo sistema frontal deve passar pelo estado no início da próxima semana, com chuva fraca e novamente declínio das temperaturas.
"Até 12 de agosto o frio vai persistir. Lembrando que a gente está no inverno, que vai até setembro, e como a gente está nessa neutralidade climática, as frente vão continuar persistindo e na retaguarda das frentes sempre tem as massas de ar frio. Então, vai continuar o frio, sim, mas a parte mais intensa foi em julho", afirma a meteorologista Andrea Ramos, que já trabalhou no Inmet e atualmente é consultora.
A neutralidade climática significa que os fenômenos climáticos El Niño e La Niña não estão influenciando o clima.
"Com isso, as estações do ano costumam ficar dentro das características normais delas. Estamos no inverno, que tem essa tendência de diminuição de chuvas e o frio. Junho teve uma incursão de massa fria de origem polar que persistiu nos 15 primeiros dias de julho e proporcionou o frio que se viu em São Paulo", diz Andrea.
"Tivemos nos últimos dois anos o El Niño, associado ao calor. Lembrando que 2024 foi considerado o ano mais quente já registrado, segundo a Organização Meteorológica Mundial, e 2023 também estava nessa condição", conclui.
De acordo com a Climatempo, a persistência de ar frio de origem polar sobre o Centro-Sul do Brasil tem mantido as temperaturas baixas no estado de São Paulo. A Grande São Paulo, por estar muito próxima do mar, teve dias com o céu nublado.
"A combinação da falta de sol com o ar de origem polar é perfeita para manter a temperatura baixa", aponta a análise da Climatempo.