O caos instalado no bairro de Paraisópolis desde a tarde de quinta-feira (10), quando houve uma operação da Polícia Militar, terminou com dois suspeitos mortos e um sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) baleado.
As mortes ocorreram em duas ocorrências diferentes.
Na manhã desta sexta-feira (11), a PM reforçou a segurança no local.
Durante a tarde, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública do estado), a PM recebeu uma denúncia de que havia homens armados em um ponto de venda de drogas. Com a chegada da polícia, três suspeitos fugiram em direção a uma casa. No local, ainda segundo o relato oficial, houve confronto, um deles morreu baleado e dois foram presos. Foram apreendidas armas de fogo, munições, entorpecentes e anotações do tráfico.
Depois dessa ocorrência e da morte do suspeito, durante a noite, grupos se mobilizaram em protesto e levaram caos à região. Ruas foram fechadas, materiais foram queimados, pessoas foram ameaçadas, veículos de imprensa foram destruídos e carros foram tombados.
Policiais militares de unidades de elite como a Rota, 3° Batalhão de Choque e o COE (Comandos e Operações Especiais) foram até a favela para controlar o tumulto.
O motim teve início ao escurecer, com barricadas de fogo, carros virados, saques a lojas e depredações no entorno da avenida Giovanni Gronchi.
Mais baleados
De acordo com o Comando de Policiamento de Choque, policiais da Rota realizavam patrulhamento no interior da favela com o objetivo de conter atos de vandalismo quando receberam a informação que equipes do 16º batalhão, ou seja, viaturas da área, tinham sido alvo de disparos de fuzil na rua Pasquale Gallupi.
De acordo com documento da PM, soldados conseguiram entrar em uma casa e se proteger, enquanto homens entravam pela viela e atiraram contra os agentes da Rota.
Houve revide. Um suspeito de 29 anos foi atingido durante confronto. Ele foi levado ao PS Campo Limpo, mas não resistiu.
Pela versão dos policiais, os suspeitos recuaram por um momento, porém voltaram e ficaram em torno de 40 minutos hostilizando os policiais.
Um sargento foi atingido durante troca de tiros e foi levado Hospital Albert Einstein.
Foram apreendidos um revólver calibre 38, um telefone, cinco estojos de munição deflagrados e R$ 17.
As duas ocorrências são investigadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), por meio de inquérito policial.
A Polícia Militar instaurou um IPM (Inquérito Policial Militar) para apuração das ocorrências. As imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais estão sendo analisadas, e diligências seguem em andamento para o completo esclarecimento das circunstâncias dos fatos.