Samarco revitaliza estação de trem em ação de reparação da tragédia no rio Doce

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A centenária estação ferroviária Monsenhor Horta, no distrito de mesmo nome em Mariana (MG), foi revitalizada e entregue à população no último final de semana pela Samarco, como parte do acordo de reparação da Bacia do Rio Doce.

O rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, despejou 43 milhões de metros cúbicos no meio ambiente e matou 19 pessoas. O volume percorreu a bacia do rio Doce até chegar ao mar, no Espírito Santo. A barragem pertencia à Samarco –joint-venture formada pelas mineradoras BHP e Vale.

A estação na cidade mineira, inaugurada em 1923, pertenceu inicialmente à Estrada de Ferro Central do Brasil, mas em 1964 passou a integrar a Estrada de Ferro Leopoldina, onde permaneceu por nove anos, até ser incorporada à Rede Ferroviária Federal S.A.

Ela fica oito quilômetros distante da principal estação de Mariana –ponto de embarque do trem turístico entre Mariana e Ouro Preto, operado pela Vale e que está suspenso há cinco anos– e a 12 da estação Ribeirão do Carmo, ainda no mesmo município.

Sem receber passageiros desde 1980, Monsenhor Horta chegou a servir como moradia e sofreu forte deterioração nos anos seguintes, até passar pela restauração seguindo diretrizes históricas do Compat (Conselho Municipal do Patrimônio Cultural), órgão da cidade mineira, e acompanhamento da prefeitura.

A revitalização incluiu a recuperação do telhado, a renovação de pisos, a instalação de novas redes de água e energia elétrica, a colocação de um sistema de combate a incêndio e banheiros adaptados e rampas de acesso. Também passou a ter câmeras de monitoramento e conectividade. No lado externo, as mudanças envolveram novo paisagismo, bancos e gramado. O valor do investimento não foi divulgado.

Por meio de sua assessoria de comunicação, a coordenadora de relacionamento institucional da Samarco, Aparecida Ferreira, disse que a revitalização da estação "reafirma o compromisso com a preservação do patrimônio histórico e com a reparação cultural e social da Bacia do Rio Doce".

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A entrega ocorreu no sábado (19), e a cerimônia contou com apresentações culturais.

O ACORDO

Após quase nove anos do desastre e três anos de negociações com mais de 300 reuniões, o acordo de repactuação da tragédia de Mariana (MG) foi assinado em outubro do ano passado em cerimônia com o presidente Lula (PT) no Palácio do Planalto.

A previsão é que as mineradoras arquem com R$ 170 bilhões ao todo, sendo R$ 100 bilhões em novos recursos, que serão geridos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a serem pagos em 20 anos a municípios, estados, famílias e organizações atingidas.

Outros R$ 32 bilhões referem-se a obrigações a serem feitas pela Samarco –como a retirada de rejeitos do rio Doce e indenizações a pessoas atingidas– e mais R$ 38 bilhões em valores investidos pela Fundação Renova, entidade que era responsável pela reparação dos danos da tragédia.

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